ou paciência de escolher um LP que agradasse os ouvidos exigentes de um fedelho de 10 anos. Nesse caso, o que menos importa é a intenção.
O fato é que, aos 10 anos, tive o direito de escolher meu primeiro LP.
Me lembro ainda hoje daquela tarde de verão em Porto Alegre. Enfurnado horas a fio numa loja com ar-condicionado, esticando o fone da vitrola e a inédita responsabilidade de escolher o disco perfeito.
Foi o Outlands D'amour.

Ainda tenho o LP, guardado em algum lugar lá em São Conrado. Provavelmente junto de um disco da Blitz ou daqueles VideoHits que meu pai ganhava da Som Livre com o exclusivo carimbo dourado "amostra invendável" (qualquer um podia ter o VideoHits, mas com o carimbo dourado só eu). Enfim, os LPs ficaram pra trás, guardados pela vida em algum armário distante. Hoje escuto o Outlands D'amour em CD. No iTunes. No iPod. E espero ansiosamente pelo show que, hoje sei, está confirmado para 8 de dezembro, no Maracanã. Boas lembranças, traz o Maracanã. De tantos gols, voltas-olímpicas e também de shows inesquecíveis. Como o do próprio Sting, com a turnê do Bring on the Night, talvez meu primeiro grande show, em 87. Ou do Paul McCartney, em 90. E ainda os Stones, em 95. Dia 8, tenho certeza, não vai ser diferente. Eles poderiam até me decepcionar. Mas jamais aquele menino que passou uma tarde inteira numa loja de discos em Porto Alegre.
